Festa da Congada no Sudoeste Mineiro
Por Consuelo de Paula
Entrevista com Consuelo de Paula
Por Fábio Lucas - Ateliêbrasil
"Consuelo
de Paula é a melhor e mais recente novidade produzida pela MPB"
por Aluízio Falcão - Isto é Gente - novembro de
1999
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"É
Samba Seresta Baião"
Jornal do Sudoeste/Variedades
São Sebastião do Paraíso - MG 29/08/1999
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"Consuelo
de Paula leva ao palco cultura popular do País
Artista mineira resgata, no Sesc Pompéia, a tradição
musical brasileira"
Janaína Rocha - O Estado de São
Paulo - 06/07/1999
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"Boa
Pesquisa, boa música
Consuelo de Paula lança o CD "Samba, Seresta e Baião"
João Paulo - Estado de Minas -
04/05/1999
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"A
nova voz das Geraes"
por Lena Frias - Jornal do Brasil - 03/04/1999
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"Consuelo
de Paula faz leitura popular"
por Sylvia Colombo - Folha de São
Paulo - Ilustrada - 04/02/1999
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"A
suavidade da voz vinda de Minas"
por Zeca Corrêa Leite - Folha do
Paraná - Dois - 28/01/1999
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"Consuelo
mistura samba e seresta"
Diário Popular - Revista - São
Paulo - 11/01/1999
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"Consuelo
de Paula lança seu primeiro CD"
Jornal Movimento - São Paulo -
11/1998
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"Consuelo
de Paula faz show em SP para lançar CD de estréia"
Jornal da Tarde - 11/08/1998
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"Cantora
mineira lança CD no Sesc"
Gazeta do Ipiranga - São Paulo
- 07/08/1998
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"Música
no Sesc"
Ipiranga News - São Paulo - 06/08/1998
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Consuelo
de Paula é a melhor e mais recente novidade produzida pela MPB
Consuelo
de Paula é a melhor e mais recente novidade produzida pela MPB.
Pouca gente sabe disso, pouca gente ouviu o seu disco de estréia.
Para que essa resenha saísse, léguas de lojas foram percorridas,
até que se descobrisse, em discreto escaninho da Fnac, o tesouro
procurado em vão, durante meses.
Sob
o título modestamente informativo, Samba, Seresta & Baião,
ocultam-se jóias de raríssimo esplendor. Consuelo, cantora
de forte identidade, tem aquele bom gosto de Nara Leão no repertório
e o apuro vocal de Marisa Monte. Mas ela se distingue principalmente pela
brasilidade. Sua voz passeia entre cantos de congadas, valsas, baiões,
sambas antigos, diamantes lapidados. É aí que ela brilha
mais ainda. As recriações melhoram os originais.
Além
de cantar, a moça responde pela produção, direção
artística e concepção dos arranjos. Tem desempenho
de mestra nestes quesitos. Faz milagres com um suporte instrumental mínimo.
Há momentos antológicos, com apenas violão ou viola
de dez cordas. Em "Na Pancada do Ganzá", de Antônio
Nóbrega e Wilson Freire, ela deslumbra com um simples acompanhamento
de palmas, pandeiro e ganzá. Dá formatos inesperados às
músicas de Alceu Valença e Ataulfo Alves, por exemplo. Resumo:
em cada faixa, uma surpresa.
Beleza pura
Informações: (11) 259-1773
Por Aluízio
Falcão - Isto é Gente - Novembro de 1999
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É Samba Seresta Baião
Consuelo
de Paula. Gravem bem este nome, pois com certeza esta mineira de Pratápolis,
vai longe.Voz bonita, gosto musical primoroso, o que faz de maneira eclética
e versátil, dando um colorido especial desde ao interpretar os clássicos
de Chiquinha Gonzaga, como de novos compositores da MPB.
Consuelo
tem recebido destaque da imprensa especializada. Não é por
acaso que o "Jornal do Brasil", "Folha de São Paulo",
"O Estado de São Paulo", "Estado de Minas" "Folha
do Paraná", entre outros, em seus cadernos dedicados à
cultura, deram enfoque especial ao trabalho dela.
No
seu primeiro CD, "Samba, Seresta & Baião", conforme
o próprio título sugere, foram incluídas uma variedade
de "universos musicais brasileiros". A artista selecionou composições
escolhidas a dedo. Retrata, de forma personalíssima, o que a torna
ainda mais admirável, desde composições vindas das
barrancas do Vale do Jequitinhonha, como todo o balanço e ginga
de Portela na Avenida, que foi marca registrada da também mineira,
Clara Nunes.
Há
10 anos em São Paulo, Consuelo, formada em Farmácia, optou
pela carreira musical, pois conforme afirma, sentia que esse era o seu
caminho. Sua formação artística, ao que se percebe,
não se prende a estilos pré-determinados, sim à qualidade.
Prova disso é o resultado de seu CD, onde se ouve composições
de Alceu Valença, até certo ponto um irreverente, no bom
sentido, como as mais bonitas canções da seresta mineira.
"Eu poderia definir o CD como uma leitura popular do próprio
popular", disse.
Outra
marca registrada de Consuelo de Paula, e não ter afastado de suas
raízes. Com maestria e voz suave, gravou, também, cantos
de Congada e Folia de Reis, algo para ser ouvido.
"A
nova voz das Gerais", participou do "Viola Minha Viola"
comandado por Inezita Barroso, na TV Cultura, nos dia 14 e representado
em 15 de agosto último. Um motivo de orgulho para os mineiros, em
especial para os de sua região.
Ninguém
melhor que o talentoso compositor e cantor, Paulinho Pedra Azul para falar
sobre o CD. Em poucas linhas assim ele define: "Querida Consuelo.
Estou acabando de ouvir seu disco "Samba, Seresta e Baião".
Está muito lindo, maduro e cheio de amor. Os arranjos e os músicos
dando um banho de qualidade, simplicidade e sofisticação.
Que bom ser brasileiro. Meu beijo e minha admiração de agora
em diante um fã doente. Boa sorte e sucessos.
Paulinho Pedra
Azul
Jornal do Sudoeste/Variedades
- São Sebastião do Paraíso - MG 29/08/1999
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Consuelo de Paula leva ao palco cultura popular do
País
Artista mineira resgata, no Sesc Pompéia, a tradição
musical brasileira
Com
sutileza, a cantora e compositora Consuelo de Paula mostra hoje, na Choperia
do Sesc Pompéia, dentro do projeto Prata da Casa, como estabelecer
uma comunicação autentica entre o samba, a seresta e o baião.
Consuelo vai lançar seu primeiro CD, que une cuidadosamente os três
universos musicais da cultura popular brasileira às 21 horas.
O
repertório do show é pontuado pelas canções
do disco "Samba, Seresta e Baião". O projeto começou
a ser realizado no ano passado. Inexperiente com produção
musical, ela comprou um livro sobre o assunto, leu em alguns dias e resolveu
quase tudo sozinha. As canções já estavam selecionadas
e os arranjos pré concebidos. "Artísticamente, o CD
estava pronto", conta.
Nascida
em Pratápolis, cidade localizada na região sudoeste de minas,
Consuelo é formada em farmácia. Mas é praticamente
autodidata na música. Mas não parece. Há dez anos
morando em São Paulo, ela não tem formação
universitária em música, percussão e canto, no entanto,
o seu álbum revela uma preocupação com o significado
com a cultura popular. "Fiz aulas de violão, percussão,
harmonia e canto mas tudo em função de resgatar a herança
deixada pela música popular", informa. "O aprendizado
que tive foi adquirido por meio do meu interesse por nossa herança
musical rica".
Segundo
Consuelo, outra marca do seu trabalho são as harmonias, que põe
em evidência as sutilezas e os parentescos entre os ritmos brasileiros.
"Revisito o universo da seresta, tanto em uma canção
do início do século, usando uma harmonia contemporânea,
quanto com a seresta moderna, com "Anabela" ( Mário Gil/Paulo
Cesar Pinheiro), usando apenas a harmonia das cordas da viola", define.
O
trabalho realizado por Consuelo não é folclórico.
Passei também pelo cancioneiro antigo, mas utiliza-se do folclore
para retratar uma nova leitura. Nela, as referências do congado da
sua região estão imbutidas; a preocupação de
Consuelo está em mostrar possibilidades novas da percussão
e das cordas brasileiras.
Janaína
Rocha - O Estado de São Paulo - 06/07/1999
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Boa Pesquisa, boa música
Consuelo de Paula lança o CD "Samba, Seresta e Baião
Música
brasileira: samba, seresta e baião. O que pode parecer um haicai
é na verdade o nome e a proposta do CD de Consuelo de Paula. O disco
da cantora e compositora mineira radicada em São Paulo reúne
em onze faixas um apanhado da história da música brasileira,
de Chiquinha Gonzaga a Antônio Nóbrega, passando por folias
de reis, congados e sambas de Ataulfo Alves e Paulo César Pinheiro.
Com arranjos simples e de bom gosto, "Samba, Seresta e Baião"
parece um projeto dos anos da febre do "nacional-popular", só
que sem engajamento ou ideologia. É música boa, apresentada
com capricho e emoção.
A
direção musical de Dino Barioni, que toca viola, violão,
cavaquinho e bandolim em todas as faixas, é singela, quase minimalista.
Além das violas, apenas percussão tradicional ( caixas de
folia, triângulo, ganzá, caxixi e agogô ) e , nas folias,
o acordeom de Toninho Ferragutti. O resultado é um trabalho sincero
e direto. Consuelo de Paula é uma cantora de qualidades, mas de
voz pequena. Por isso não interfere na concepção geral
do trabalho, que não é destacar a intérprete, mas
as canções.
O
ponto alto do disco é a pesquisa e seleção do repertório.
"Anabela", que abre o CD, de Mário Gil e Paulo César
Pinheiro, apenas com a voz de Consuelo e viola de Dino Barioni, é
uma toada que mostra logo de entrada o clima do disco. A Segunda faixa,
emenda um samba de Ataulfo Alves ( "Lenço Branco") com
"Destino da Madeira", de Adelino Alves e Vargas Jr. Em seguida,
Consuelo apresenta a vertente mais tradicional do disco, com folias baseadas
em cantos de moçambiqueiros e congados.
O
passeio musical de Consuelo de Paula vai do Jequitinhonha ( "jequitinhonha"
de Lery Faria e Paulinho Assunção e "Riacho de Areia",
baseado em canto de conoeiros do Vale, recolhidos por Lira Marques e Frei
Chico) ao Nosdeste ("Espelho Cristalino", de Alceu Valença,
e "Na Pancada do Ganzá", de Antônio Nóbrega
e Wilson Freire). Mas além da geografia, o disco também percorre
a cronologia, e traz serestas e valsas, algumas delas do início
do século, como "Azulão"( Jayme Ovalle e Manuel
Bandeira), "Noite Cheia de Estrelas"( Cândido das Neves)
e "Lua Branca"(Chiquinha Gonzaga).
Um
disco que mostra, sem precisar gritar, a força das tradições
musicais brasileiras, do folclore à música urbana. Com violão,
tamborim e ganzá, se escreve boa parte da história da MPB:
samba, seresta e baião.
João
Paulo - Estado de Minas - 04/05/1999
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A nova voz das Geraes
A
rainha da congada é mineira de Pratápolis, sertão
de folias, quermesses e da festa do mastro, erguido em honra do santo orago,
cuja bandeira com a litografia do padroeiro tremula no alto, ataviada de
fitas multicores e as flores que as senhoras do lugar fazem com organza
engomada e boleadora. .Consuelo de Paula, que está lançando
seu primeiro CD, Samba, seresta e baião, com um acervo de cantares
bonitos, foi rainha da congada de Pratápolis da infância à
adolescência. Vestia-se de cetim e coroava-se rainha como penitência
da avó, promessa cumprida dentro do preceito e do ritual do préstito
de congo, referências terrais e rítmicas da artista hoje radicada
em São Paulo "quando a promessa de minha avó acabou,
eu continuei na congada por gosto e por amor".
Gosto
e amor que parecem marcar a trajetória da moça que cresceu
no ritmo de couro e madeira do Sudeste mineiro, mas ouvia Ataulfo Alves,
Orlando Silva, os cantos do Nordeste e as vozes de nossa gente tão
mestiçamente índia-branca-negra.
Consuelo
formou-se em farmácia e chegou a São Paulo há 10 anos,
pretendendo conjugar a profissão de farmacêutica com o delírio
que é a vida de artista.
"Mas
a música era forte demais e eu sentia que esse era o meu caminho".
Mergulhou de cabeça na construção da própria
carreira, fez e faz shows em diversos espaços, seja em São
Paulo, onde, no momento, está envolvida num projeto do Sesc que
reunirá cantores mineiros e paulistas ou em outros estados, como
aconteceu recentemente em Faxinal do Céu, no interior do Paraná,
quando se apresentou para uma platéia de cerca de 600 pessoas, no
encerramento de um encontro de secretários municipais de Cultura.
O
disco em lançamento é um passo e tanto na consolidação
da carreira dessa artista, um voz nova surgindo das Gerais no ritmo do
tambor de folia e temperada pela acre, desvairada mas criativa atmosfera
da Paulicéia. "O CD consumiu a farmácia toda. Eu produzi,
dirigi e cantei, ela revela. Mas valeu a viagem de Consuelo pelos nossos
universos musicais.
Percorre,
por exemplo, o Vale do Jequitinhonha na canoa dos pescadores agoniados
pelo rio que de repente seca, e empresta a voz aos cantos de congadeiros
de sua terra em Riacho de areia. E as paisagens do Nordeste no Espelho
Cristalino de Alceu Valença, debruado por um refrão de folclore
alagoano. Arrisca-se na interpretação de Portela na Avenida,
de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro - que a também mineira
Clara Nunes consagrou na derradeira gravação - , conseguindo
a proeza de ser absolutamente pessoal.
"Eu
poderia definir o CD como uma leitura popular do próprio popular.
A palavra cantada no universo do samba, da seresta e do baião é
uma forma linda da arte da alma de nossa cultura" Para Consuelo, a
pesquisa do popular é aquela "que revela a contemporaneidade
do milênio, o presente da antigüidade, as formas pretéritas
vivas na diuturnidade do exemplo. É o conceito que está na
base do meu trabalho." Complicado? Não. Ela consegue simplificar
esses fundamentos todos numa linguagem densamente musical e no seu jeito
suave, quase tímido. Que, no entanto transmuda-se quando, no palco,
na hora do brilho, Consuelo de Paula assume a postura de rainha de congada
e dança no contratempo do tambor mestre.
O
bom mesmo é, portanto, ver a moça formosa, um caxixi em cada
mão, o gestual bonito, num canto de terra, tambor, congo e folia.
Tão antigo quanto tudo o que é permanente. Tão atual
quanto pode ser a música de qualidade que, mesmo brotando no chão
onde o artista nasce, tem antenas voltadas para a imensidão.
Por Lena
Frias
Jornal do Brasil - 03/04/1999
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"Consuelo de Paula faz leitura popular"
Um
pouco da música folclórica moçambicana vive em Pratápolis,
uma pequena cidade do sudoeste do Estado de Minas Gerais. É de lá
que vem a cantora Consuelo de Paula, que acaba de estrear em CD com o álbum
"Samba, seresta e baião".
Com
arranjos modernos, muitas cordas e percussão inspirada na batida
africana, o disco passeia por um repertório que reúne Ataulfo
Alves, Alceu Valença, Chiquinha Gonzaga e Paulo César Pinheiro."A
proposta é unir as três "almas" da música
popular brasileira numa estética comum", disse a cantora em
entrevista à Folha.
O
resultado é um trabalho homogêneo no que toca ao conceito
e ao formato, mas eclético nos vetores - ritmos, instrumentos, ambientações.
Djembês, agogôs, caixas de congo e de folia, xequerês,
caxixis se acomodam com violões e bandolins no que Consuelo pretende
que seja uma leitura popular da própria herança cultural
popular, opondo-se a outros projetos.
"Nobrega
faz uma leitura erudita do popular, existem também versões
pop, com guitarras, do popular, mas a minha é popular do popular."Todo
acústico, o álbum (independente) é o seu primeiro
trabalho gravado e marca seus primeiros passos como compositora. "componho
inspirada nas congadas e músicas folclóricas africanas que
ouvi na infância."
Os
congos ou congadas são festas de coroação dos reis
do Congo, trazidas pelos escravos bantos e representadas até hoje
em alguns lugares do Brasil, como o Vale do Jequitinhonha.
Por Sylvia
Colombo
Folha de São Paulo - Ilustrada - 04/02/1999
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"A suavidade da voz vinda de Minas"
Milton
Nascimento numa entrevista que o Brasil é o mais bem servido de
cantoras. Se ouvir o disco da mineira Consuelo de Paula, "Samba, Seresta
e Baião", produção indenpendente que esta à
venda na loja Savarin, em Curitiba, vai ter mais um motivo para alicerçar
a crença.
O
CD vem sendo comercializado nos shows levados por Consuelo, que está
acertando uma apresentação no Teatro do Paiol. Sem ganhar
as páginas dos jornais, ou qualquer tipo de divulgação,
o primeiro lote de "Samba, Seresta e Baião", com mil unidades,
esgotou-se rapidamente ano passado. A cantora está trabalhando a
Segunda fornada. "Meu disco é bem brasileiro", explica.
Consuelo
nasceu e cresceu ouvindo as cantorias dos habitantes de sua terra, cidadezinha
do interior mineiro. Fascinada pela música, participava daquilo
que podia, fosse na congada, no moçambique, na fanfarra da escola.
Foi para Ouro Preto, formou-se em Farmácia e trabalhou durante 10
anos na profissão que não era a sua.
Em
1995 encarou de vez o desafio - deixou o balcão, viajou para Madrid,
passou seis meses lá defendendo-se como cantora, e quando voltou
ao Brasil estava batizada na música. "Agora nem me lembro mais
da farmácia". Assim como definiu-se na vida, também
foi para o estúdio de gravação sabendo exatamente
que disco queria produzir.
Quando
achou que era hora de gravar, não passou pelas cruéis dúvidas
sobre o repertório. Ele estava desenhado em sua cabeça, na
voz, no coração. "Eu já tinha as onze canções
comigo, com o conceito definido desse três universos da nossa música:
do samba, da seresta e do baião", conta a artista.Em seu entender
cada um destes ritmos traz "uma brasilidade incrível e um significado
muito forte. Eles resumem tudo que o Brasil tem de bom". As canções
escolhidas datam de 1912 até 1997, perfazendo 85 anos do cancioneiro
nacional.
"Eu
queria uma leitura popular das coisas populares", explica Consuelo,
sem perder de vista a sonoridade. "Eu queria os bandolins, violões,
viola. E a percussão que define ritmicamente cada canção".
Na fase de preparação do CD era comum os amigos perguntarem
se não colocaria baixo e bateria entre os instrumentos. "Eu
queria as músicas destituídas de quaisquer artifícios,
fossem comerciais ou não".
"Samba,
Seresta e Baião resultou num trabalho delicado", conforme sua
autora. "Não sou mãe que rejeita o filho; o tempo todo
gosto de ouvi-lo". Ela vê seu disco como um produto de "feição
suave, emotiva". Isto porque trabalha com canções que
estão no inconsciente coletivo. Há uma emoção
latente, é como se ocorresse o reconhecimento por uma cultura ancestral,
comenta.
Vender
mil discos em poucos meses, ao contrário dos dois anos previstos,
foi uma resposta e tanto do público. "O retorno positivo é
muito grande", concorda Consuelo de Paula. Mas existe o outro lado
da moeda. Ao procurar uma emissora de rádio que só toca música
brasileira, em São Paulo, foi informada que seu trabalho "é
muito bom, mas não é radiofônico".
"Como
se radiofônico fosse apenas isso que está sendo ouvido nos
rádios e na televisão", reclama. "Foi estranho
para mim saber disso, embora eu tenha consciência dos limites, até
mesmo pela questão do selo, da falta de uma gravadora e a da influência
que isso representa quando se divulga o trabalho". Nem tudo são
trevas: seu disco está sendo bem tocado na Rádio Educativa
FM 97,1, em Curitiba.
Por Zeca
Corrêa Leite
Folha do Paraná - Dois - 28/01/1999
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"Consuelo mistura samba e seresta"
Mineira
de Pratápolis, Consuelo de Paula está lançando seu
primeiro CD com show amanhã, quarta e quinta feira, às 21h,
no Crowne Plaza (rua Frei Caneca, 1360, tel: 289 0985). Seguindo os ritmos
musicais que dão nome ao disco, vai apresentar clássicos
e pérolas contemporâneas do samba, da seresta e do baião.
Os ingressos custam R$10,00.
Influenciada
pelas congadas e moçambiques da região sudoeste de Minas,
Consuelo cresceu ouvindo Ataulfo Alves, Vicente Celestino e Orlando Silva.
"Meu pai sempre gostou de música e ouvia muito esses cantores,
tanto que fiz questão de incluir no CD a bela e pouco conhecida
canção Lenço Branco, de Ataulfo Alves", diz.
Vinda
de uma família de farmacêuticos, a cantora cursou a faculdade
de farmácia em Ouro Preto e chegou em São Paulo há
dez anos. Tentou conciliar a profissão com a carreira musical. Em
1995, foi para Madrid, onde se apresentou no Eurocentro, escola de idiomas
para estrangeiros. No regresso, uma certeza: abandonaria a Farmácia
para se dedicar a música.
Timidamente,
Consuelo começou a fazer apresentações em São
Paulo. Seu banquinho predileto era o do bar Vou Vivendo. No repertório,
buscava o regionalismo com toque moderno. "Acredito que minha música
é uma leitura popular do popular e não erudita do popular",
revela. Está certa. Samba, Seresta e Baião, traça
uma painel da música popular brasileira com harmonia, bom gosto
e suingue regional. A voz é suave e transmite serenidade.
"Meu
trabalho é atemporal. Faço resgate de músicas de 1912
e interpreto canções dos anos noventa", diz Consuelo.
Do início do século tem Lua Branca, de Chiquinha Gonzaga;
das contemporâneas, Anabela, de Mário Gil e Paulo César
Pinheiro, e na Pancada do Ganzá, de Antônio Nóbrega,
entre outras. Vale destacar também o sensível pout-pourri
com Folia, Fitas e Canto dos Moçambiqueiros de Pratápolis,
além de Espelho Cristalino (Alceu Valença) e Portela na Avenida
(Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro). Acompanhada de Dino Barioni
(viola, cavaquinho, bandolim e violão), Webster Santos (violão),
Swami Jr. (violão) e Cássia Maria (percussão), Consuelo
completa o repertório com Azulão, Destino de Madeira, Jequetinhonha,
Riacho de Areia e Rio da Prata, composta por ela e Cássia Marques
há apenas dois meses.
Diário
Popular - Revista - São Paulo - 11/01/1999
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"Consuelo de Paula lança seu primeiro
CD"
A
cantora e compositora Consuelo de Paula lança seu primeiro CD, Samba,
Seresta e Baião.
Trabalho
feito com esmero, contando com a participação de músicos
de primeiríssima qualidade, arranjos de bom gosto e trabalho gráfico
que deveria servir de exemplo para as grandes gravadoras. O disco é
independente.
Jornal Movimento
- São Paulo - 11/1998
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"Consuelo de Paula faz show em SP para lançar
CD de estréia"
Juntar
ritmos populares e de regiões diferentes do País foi o propósito
de Samba, Seresta e Baião, CD de estréia da cantora Consuelo
de Paula.
Hoje,
às 21h no Teatro do Sesc Ipiranga, ela mostra o resultado de um
repertório que mistura de Ataulfo Alves (Lenço Branco) a
Alceu Valença (Espelho Cristalino). Aparecem também releituras
para Lua Branca (Chiquinha Gonzaga) e Na Pancada do Ganzá (Antônio
Nóbrega).
Mineira
da cidade Pratápolis, Consuelo expõe suas influências
vindas de ritmos como congada e folia de reis em faixas como Cantos dos
Congadeiros de Pratápolis e Riacho de Areia.
Jornal da
Tarde - 11/08/1998
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"Cantora mineira lança CD no Sesc"
A
cantora mineira Consuelo de Paula faz show de lançamento de seu
primeiro trabalho "Samba, Seresta e Baião", nesta terça,
a partir das 21 horas, no Sesc Ipiranga. Premiada como cantora revelação
no Festival de música Popular Brasileira no Sudoeste Mineiro em
1982, participou posteriormente do Coral da Universidade Federal de Ouro
Preto e de grupos folclóricos. No repertório do cd traz,
além de ritmos de sua região, congadas e folias de reis,
manifestações culturais do Vale do Jeguitinhonha e nordeste
do país. Acompanhada pelos músicos Dino Barioni, Cássia
Maria e Webster Santos, Consuelo apresenta as seguintes canções:
"Anabela", "Azulão", "Lua Branca",
"Portela na Avenida", "Lenço Branco", entre
outras.
Gazeta do
Ipiranga - São Paulo - 07/08/1998
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"Música no Sesc"
Samba,
Seresta e Baião. Estes três gêneros fazem parte do espetáculo
que o Sesc Ipiranga apresenta com a cantora Consuelo de Paula, terça-feira(11)
em seu teatro. O show tem o mesmo título do CD que a cantora está
lançando. Ela procura trabalhar a música popular, incluindo
não apenas os ritmos de sua região, o Sudoeste de Minas Gerais,
cujas congadas e Folias de Reis brotam com todo vigor, com também
as manifestações de outras regiões, entre elas o Vale
do Jequitinhonha e o Nordeste brasileiro.
Consuelo
de Paula foi premiada como cantora revelação no Festival
de Música Popular Brasileira no Sudoeste mineiro, em 1982. Participou
ainda do Coral da Universidade Federal de Ouro Preto e de grupos folclóricos.
O espetáculo começa às 21 h no teatro do Sesc Ipiranga
(Rua Bom Pastor, 822) e os ingressos custam R$10,00 (usuários) e
R$5,00 (comerciários, estudantes e terceira idade)
Ipiranga
News - São Paulo - 06/08/1998
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Especial Vogue sobre música popular brasileira
"Consuelo de Paula , cantora e compositora, produziu sozinha um dos mais bonitos discos de toda história da música brasileira: Samba Seresta e Baião".
[Por Mauro Dias e Tárik de Souza]
Revista Vogue maio de 2000